O que há de errado em se assumir a imundície humana?
Quando nos disseram o que somos
Esqueceram de assentir o nosso caos
Caos.
Eu cansei de buscar respostas
Agora sou um andarilho questionando o mundo
Uma semente sem chão, um grão de vida ao vento – Talvez.
Mãe, você pode me ouvir?
Simplesmente dizer “cresci” soa menos infantil para você que estúpido para mim?
Eu sou o caos. Eu sou a dor do teu parto.
Eu sou aquilo que de ti saiu.
Ora engolfado no mundo,
Ora revolto em suas próprias ondas.
Mãe, eu sou a dor em suas veredas.
Hoje deixo aqui o meu brado infantil, ocre e ingênuo.
Permito a mim continuar.
Mesmo olhando para trás e só vendo dores travestidas
Sonhos encobertos e palavras nunca ditas.
Me perdoe, uma vez mais – mãe – pelo pecado de pensar.