sexta-feira, 27 de maio de 2011

Flor



Minha demora com a vida é algo intransigente
Sou parca, semelhante à nudeza da flor
Complacente e recolhida

Contudo, me faço toda a dor de um momento ou outro
Quando julgo necessária a contemplação

Tenho espinhos.
E eles ferem – quase sempre sem querer
Um ou outro pássaro que me beije

Preciso de luz como qualquer outra
Mas é na escuridão que se esconde o meu fascínio

Minhas pétalas pequenas
Transmitem como podem
A imagem do que sou

Mas há dentro de mim algo bem mais precioso
Não o corpo, não o ouro, não –  Chamo alma – meu mais perfumado tesouro.

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