quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Agnóstica

O homem que há em mim hesita em ditar-me o tom
Meus acordes são constantes de vida
Transitando como ferida na imensidão desajustada que é meu nome

Recorro ao sentido, a palavra
Tal prova de que a vida espera até o momento da perfeição
Sem forma, justa como os desígnios sacros – virtudes opostas

Desperto do sono, o homem calmamente se levanta
Sua ferocidade atenua o senso, o tempo, a prova
Fazendo do instante épico uma lacuna aberta, ferida incurável

E quanto a mim, mulher que sou
Ainda não provei a vida ou sua fome
Somente o alimento sagrado, que é aquele do espírito
Sem precisão

Entenda como quiser.
De homem e mulher há tantos soltos no mundo
Mas a unção que busco
Essa sim, é sagrada!

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