domingo, 29 de maio de 2011

Mãe

O que há de errado em se assumir a imundície humana?
Quando nos disseram o que somos
Esqueceram de assentir o nosso caos

Caos.

Eu cansei de buscar respostas
Agora sou um andarilho questionando o mundo
Uma semente sem chão, um grão de vida ao vento – Talvez.

Mãe, você pode me ouvir?

Simplesmente dizer “cresci” soa menos infantil para você que estúpido para mim?
Eu sou o caos. Eu sou a dor do teu parto.
Eu sou aquilo que de ti saiu.

Ora engolfado no mundo,
Ora revolto em suas próprias ondas.
Mãe, eu sou a dor em suas veredas.

Hoje deixo aqui o meu brado infantil, ocre e ingênuo.
Permito a mim continuar.
Mesmo olhando para trás e só vendo dores travestidas
Sonhos encobertos e palavras nunca ditas.

Me perdoe, uma vez mais – mãe – pelo pecado de pensar.

2 comentários:

  1. e ai moça, tudo bem?...Complicado... quem chega a liberdade da razão se sente com um andarilho, más, que não está perdido, toda convicção é a crença de estar em algum ponto do conhecimento, de posse da verdade incondicionada...

    ResponderExcluir
  2. Fazia tempo que você não escrevia algo tão "seu", mas as suas palavras ainda demonstram confusão "Eu cansei de buscar respostas
    Agora sou um andarilho questionando o mundo"

    Talvez só lhe falte por de volta à ponta do lápis o coração, o que escreve já soa novamente como escrito e não cuspido.

    Sentimentos, dúvidas, medos, vontades estão ali de volta.
    Talvez você ainda seja humana, ou talvez a fragilidade e a infantilidade que tanto tenta rechaçar a façam.

    Ótimo texto, como quase já não lia por aqui.

    ResponderExcluir