domingo, 28 de novembro de 2010

Corpo Fechado

Sim! O meu viver é contentamento
E minhas horas são diretrizes sagradas de compaixão
Meu suor é o lamento uniforme que exaspera o vento
Enquanto minhas palavras... Estas são vivas e fortes fora de mim!
E meu corpo, a foice de sentimentos adornados de caos
A mente conturbada de cinzas, singela... Perfeita mortal
Os ossos, a cal marmórea da palavra
Os membros, partes delgadas alheias de mim
Enquanto meu sopro – Espírito, tácito, humano, real
Será em mim como eu nele, a carne viva e sagrada das esperas.
Os olhos, eles são dignos de tocar-me a rigidez do corpo
As pálpebras se abrem, compartidas e serenas
As unhas, os pelos... A boca
Nua, crua, exuberante de alegria num regozijo torturador!
O seio, o peito, a pele, as costas...
Ambos seres de vida e morte dentro de mim
Visíveis, estáticos... Imparcial!
Meu corpo,
Fechado;

Meu ser,
Recolhido;

Meu viver,
Mordaz;

Meu sabor,
Inodoro;

Meu calor...
Dentre tantos, a palavra.

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