E se a vida for um labirinto suntuoso e suas paredes tiverem ouvidos, e olhos, e mãos, e corpos maciços e ornados de caos? E se o mundo for apenas um sussurro? Como faço então, para abafar o gemido que me escapa pelos dedos toda vez que me entrego à palavra, lentamente, deixando-a me guiar?
Talvez eu possa mesmo não ter resposta; fria, calma e paciente como bem a queria. O que eu tenho me abala. E me consome. E golpeia. Quase isso, um sonho, intenso de verão, onde o tumulto do vento rege a coisa toda.
Eu quero é a resposta! Porque o resto para mim, tanto faz; só me apavora. Eu. Eu. Eu. Mas que droga de solidão. Compulsiva, eletrônica, distante demais do ser transparente. E mais uma vez, me basta a palavra. Escrita, rasgada. Sendo digerida pelo mundo, assim que sai pelas mãos.
Espero que, ao menos dessa vez, não lhe caia bem essas palavras. Digira mundo. Digira.